A educação de adultos requer técnicas especiais, por vezes não convencionais, porque esses aprendizes já detém algum conhecimento; têm consciência do seu saber, e do seu não saber. Enfim, os adultos aprendem de modo diferente das crianças, não raro, através da participação em tarefas e grupos de estudo e, notadamente, pela experiência (aprender fazendo).
Portanto, o educador de adultos funciona mais como um facilitador do aprendizado e deve prestar bastante atenção na bagagem de vida que o educando traz. Em outras palavras, cabe ao educador de adultos valorizar a cultura do educando.
A essa ciência (de ensinar adultos) nomina-se ANDRAGOGIA e o método caracteriza-se por educar adultos a partir do compartilhamento de informações e conceitos, transformando o conhecimento numa ação recíproca de troca de experiências vividas (o ato de ensinar passa a ser uma via de mão dupla).
Para os adultos os conteúdos de aprendizagem devem ser direcionados a resolução de problemas e ter aplicação imediata, daí porque no modelo de educação androgógico, os alunos participam da elaboração do curriculum (ou grade) escolar e das fases do processo de ensino e aprendizagem.
Caracteriza, pois, a andragogia: a) o foco no processo de aprendizagem ao invés de no conteúdo; b) a participação do aluno no processo de aprendizagem e c) a flexibilidade curricular.
O principal teórico sobre o método de educar adultos foi Malcolm Knowles (in Informal Adult Education, 1950), seguido por Bob Pike e David Kolb, todos concebendo novas tecnologias de aprendizagem que, a par de valorizar as experiências dos adultos, suas expectativas e motivações, propuseram dinâmicas para aproveitar esse conteúdo.
E, assim, construíram-se os princípios da Andragogia:.
1. Necessidade do saber (o adulto tem que entender o porquê daquilo que está aprendendo);
2. Auto-orientação (o educador deve propiciar ao educando o aprendizado independente);
3. papel das experiências (o adulto tem experiência e quer contribuir no processo de aprendizagem);
4. Disposição para o aprendizado (o adulto necessita atingir resultados e metas, por isso, o aprendizado
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deve calcar-se em experiências, na demonstração da aplicação e utilidade de cada conceito apresentado);
5. Orientação para o aprendizado (o educador deve ser um facilitador, porque o adulto, diferentemente da criança, tem foco);
6. Motivação (o aprendizado deve auxiliar no desenvolvimento da auto-estima, da satisfação no trabalho e na qualidade de vida).
No ambiente corporativo, assegura-se ao trabalhador pela andragogia, condições de desenvolvimento educacional no espaço de trabalho onde desempenha suas funções, ou seja, no chão da fábrica, mediante oficinas e laboratórios experimentais.
A prática é eficiente, na medida em que se valoriza a cultura dos empregados e não os submetem as rotinas desgastantes, principalmente em grandes centros urbanos onde os problemas de trânsito e transporte público são crônicos, da duplicidade fábrica-escola.
A opção pela andragogia foi acolhida no SENAI e por alguns sindicatos no país, indicando essas experiências educacionais uma construção coletiva do conhecimento dos trabalhadores além de integrá-los num contexto sociocultural que resgata sua identidade, amplia sua formação e transforma sua realidade.
Na essência, a andragogia é uma redefinição do papel do professor que ministra conteúdos para adultos. Essa ciência busca compreender o adulto como um ser psicológico, biológico e social, enfatizando o aprendizado através da experiência, dando importância às vivências, estimulando e aplicando os conteúdos trabalhados. Esse conceito busca abrir novas perspectivas de vida para o educando, orientando-o ao progresso e aperfeiçoamento contínuos, construindo uma cidadania crítica e consciente, fato que nos convida a designá-la como uma educação empreendedora, na medida em que o educando se apodera da responsabilidade pessoal pelo próprio desenvolvimento.
ELAINE RODRIGUES – CONSULTORA EMPRESARIAL NO GABINETE JURÍDICO – CONSULTORIA EMPRESARIAL E TREINAMENTO
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